1 de set. de 2016

Nação de Zumbis

Já não existem mais forças para digitar palavras. Nem palavras que formem linhas e frases. Nem frases que formem textos. Ou textos que formem um artigo.
Não existe mais vontade de ser cidadão, numa nação que não respeita ninguém que pense diferente.
Não existe mais vontade de votar. Afinal, votar pra quê?
Se Deus era brasileiro, deve estar tão envergonhado com tanta esculhambação em Seu nome que, muito provavelmente, e por ser onipresente, já mudou de nacionalidade faz tempo.
Os idiotas são muitos. E contra eles não se pode lutar.
Quando um trabalhador se juntava ao coro do patrão na intenção de, cada vez mais, retirar a voz do seu companheiro, por maucaratismo, ainda havia esperança. Hoje, eles não são mais bajuladores, eles acreditam realmente no que estão fazendo. E, realmente, contra a idiotice, não se pode lutar.
O Estado é de exceção. Quem for negro, mesmo que seja rico, sofrerá na pele. Quem for miserável, mesmo que branco, sofrerá na pele. Os homossexuais já sofrem na pele e sofrerão ainda mais. Mulheres? E se você não serve a nenhum senhor e a nenhuma igreja, cuidado!
De certo que a luta armada seria a única alternativa, uma vez que já não há democracia. Mas ouse levantar uma foice ou um martelo contra um Estado militarizado, tomado por uma justiça que só enxerga o que quer e por uma multidão de zumbis que sabem que, diante de uma faca empunhada, os disparos de suas pistolas ponto 40 e espingardas calibre 12 servirão de atenuante no processo que responderão por ter agido em legítima defesa.
A história se repete. Mudam apenas o figurino e cenário.
A arma da democracia perdeu seu efeito imobilizador. Votar?
A superestrutura não perdoa ninguém que ouse tentar abalar seus alicerces.
Vai ver, é por medo dela, que tantos imbecis bestializados decidiram tomar partido e ficaram do lado de lá. Estão na zona de conforto. Mas não sabem o que lhes espera.
Se é pra ser assim, amém?

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