21 de nov. de 2013

Textículo

Faz algum tempo, e venho notando o quanto a população brasileira, historicamente condenada por sua leitura irregular, digo, pela falta de habito de ler, vem se transformando frente a esse estigma. Hoje, conscientemente politizada e dona de um senso crítico invejável, essa população se orgulha dos mais de 5 minutos diários que dedica ao ato de folhear VEJA e rir do significado das piadas de humor "branco" de JÁ, ao tempo em que não perde um episódio de JN, quando, logo em seguida, se debruça sobre os mais variados canais de disseminação da informação de poucos nas redes sociais.

Piada feita, agora me dedico a colocar minha preocupação: será que os brasileiros realmente podem se orgulhar desse avanço? Será que a leitura extremamente superficial que se faz de tudo, desde um texto pequeno como este, a uma nota, notícia ou matéria jornalística, é de fato um avanço? A bestialidade da classe média, e da chamada nova classe média, me chama muito a atenção!

12 de out. de 2013

Praça da Paz: tão em paz que foi esquecida

Faz algum tempo, me chamaram a atenção para o descaso com a Praça da Paz, situada no bairro dos Bancários, Zona Sul de João Pessoa. Desde então tenho passado por lá e observado como esse descaso, cuja responsabilidade parte do governo municipal, pode estar incomodando os freqüentadores daquele local.

Inicialmente, a grama, que virou mato, em mais alguns meses e vai evoluir pra uma mata. Apesar de simpatizar com a idéia de termos mais espaços verdes na cidade, pelo menos ali acredito não ser um lugar ideal para isso.

Tento entender o motivo do descaso. Será que é porque aquela praça foi a “menina dos olhos” do ex-prefeito, atual ditador, digo, governador? Se for, é preciso que a atual gestão municipal entenda que a praça não é do tal fulano. Foi construída com dinheiro do povo e é um equipamento muito bem utilizado por este mesmo povo.

Hoje, dia das crianças, dia da padroeira do Brasil, sábado, foi um dia como outro qualquer... crianças brincando, famílias reunidas, jovens paquerando, alguns outros pegando uma vibe massa... e eu estava lá. Fui levar algumas crianças, juntamente com minha esposa, e estávamos no parquinho, que diga-se de passagem não tem quase nenhum atrativo pras crianças, a não ser um labirinto, algumas gangorras, um escorrego, três balaços e alguma outra coisa que não esteja lembrado. E foi ai que percebi que, além da falta de zelo causar mal-estar entre os freqüentadores, pode acarretar perigo às crianças.
 
Pra começar o espaço por si já é inadequado para crianças brincarem sozinhas. E o projeto eu credito aos dois governos anteriores.  Mas, não substituir os brinquedos e ainda por cima deixar que uma gangorra, de ferro, onde pessoas sentam para se brincar, se transforme em uma navalha, que pode cortar roupas e até perna ou bunda de quem o utiliza, ai já são outros quinhentos.

Depois, o labirinto virou uma espécie de banheiro público. Nem precisa andar muito dentro dele pra perceber outros "brinquedinhos" que deixaram lá, que permanece até hoje, e,  certamente, permanecerá até o tempo levá-lo. 




Fora isso, muito lixo e garrafas quebradas adicionam mais adrenalina nos corações de mães e de pais que, alheio ao espaço privado que se tornou aquele lugar, com a locação de brinquedos elétricos, têm que se conformar com que a praça oferece gratuitamente.


No mais, acredito que o atual governo, que inclusive eu ajudei a construir, possa rever sua política de praças e, assim, dar mais atenção a esta e a outras tantas praças abandonadas pela cidade.

22 de set. de 2013

Consciente politicamente


Ouvi dizer, certa vez, que o povo brasileiro tem consciência política. Era difícil crer porque as pessoas que me falavam aquilo eram pessoas conscientes politicamente de que aquele discurso não era verídico. Hesitei! Fui rechaçado. Continuei minha saga de homem do contra até nas rodas de pessoas ‘do contra’. Tão logo me vi sem mais argumentos para convencer quem quer que fosse, me calei. E aguardei.

Daí, vieram as manifestações da época em que o gigante havia acordado. E li (e ouvi) que o povo brasileiro tinha consciência política. Afinal, estavam reivindicando seus direitos. Dessa vez, quem esbravejava que o povo tinha tamanha conscientização de ser socialmente político era a famigerada classe política. Só que eram os do outro lado. Os acostumados a repassar suas cadeiras nas câmaras e casas governamentais a seus filhos. Os donatários de imensa lista de denuncias de corrupção sequer julgadas em outros tempos. Era a tal classe política a quem exatamente não interessava o povo brasileiro ter consciência política. E o que havia de errado nisso? E porque eu insisto comigo mesmo que eu estava certo no episódio anterior?

Quando militantes de esquerda (ou socialistas) dizem para não subestimarmos o povo porque ele (o povo) sabe da importância do seu papel na formação da sociedade, ao que eu chamo de consciência política, na verdade, estes guerreiros, sedentos por uma sociedade mais justa e igualitária, querem se convencer de que a suas lutas por conscientizar o povo não estavam sendo em vão.

Contudo, quando o gigante acordou, cutucado pela imprensa burguesa, rasgou bandeiras, xingou e agrediu manifestantes, quebrou patrimônio público, e gritou palavras de ordem contra o governo, contra o partido dos trabalhadores e contra qualquer um que parecesse favorável a este governo, tomar o controle das manifestações sem ferir o sentimento de liberdade do gigante sonolento foi uma sacada midiática genial, colocada em prática de supetão, e que parecia que vinha dando certo.

Dizer que o povo brasileiro tem consciência política e colocar esse povo a par de que sua consciência é valida, massageia o ego das multidões que foram as ruas lutar pelo que nem sabiam porque estavam lutando. E inflamava o povo a continuar estufando o peito, dizendo-se capaz de raciocinar, mesmo que desligasse a TV ou rasgasse a revista. Mesmo que se desconectasse do twitter e do facebook.

É a mesma coisa que fazem agora os poucos brasileiros que ainda conversam nos espaços de sociabilidade e de contato físico. É a mesma coisa que fazem agora as dezenas de milhões nesta nação que não conseguem dar um logout na Globo/Veja e nos perfis do Anonymous e dos Revoltados Online, frente à decisão de uma corte suprema que votou pela validade de uma peça jurídica, esquecendo que o que decide o STF, cabe como exemplo de jurisprudência para outras deliberações futuras, válidas também para as pessoas comuns. Esses brasileiros conscientes clamam por justiça, mesmo que se aja com injustiça contra aqueles a quem se tem aversão.

Como bem postou Flavio Menezes em seu perfil do facebook, citando partes do texto O DIA EM QUE CHICO BUARQUE VIROU GENI, em outras palavras (alteradas por mim, agora), falta uma força de vontade desse povo brasileiro consciente politicamente para parar e refletir, ainda que por apenas alguns minutos. A mesma força de vontade que eles dispensam para republicar, curtir e compartilhar as idéias de uma gente que eles nem têm idéia de quem são!

25 de jul. de 2013

Voz dos empresários de onibus de João Pessoa pega Taxi


Certa vez, lideranças do Movimento Estudantil, lá por volta de 2005, receberam cartas de ‘intimidação’ dos órgãos de justiça, “orientando” que, resguardados pela Constituição Federal, no direito de reunir e reivindicar em espaço público, os manifestantes realizassem os seus atos de protesto de forma que também o direito constitucional de ‘ir e vir’ das demais pessoas fosse respeitado.

Uma forma clara de identificar que essa recomendação tinha orientação política (político-governista, nesse caso), estava impressa no uso do aparelho repressor do Estado contra os manifestantes.

Discussões sobre o dever do Estado e o direito dos cidadãos a parte, hoje um fato interessante ocorreu em João Pessoa – PB. Uma imensidão de táxis interceptou a Rua Guedes Pereira, onde se localiza o Paço Municipal (e o Batalhão e o Comando Geral da PM), e exigiam a presença do Prefeito Luciano Cartaxo para uma reunião.  Essa mobilização não fechou somente aquela rua. A partir da Av. Miguel Couto, saída da Lagoa em direção à Cidade Baixa e terminal de integração, estava fechada para ônibus. Todo o Centro da cidade estava congestionado.

Recorrendo ao que recomendava o judiciário aos estudantes, igualmente essa mobilização dos taxistas infringia o direito de ir e vir das pessoas. Daí pensamos: então o órgão repressor do Estado, a Polícia Militar, está toda empenhada para liberar o transito. Certo? Bem! Vamos por partes.

Toda forma de protesto é válida. Exigir melhores condições de trabalho, uma estruturalização da política de praças de taxi, abrigo para taxistas nos seus respectivos pontos, etc., tudo isso é plausível e nós, sociedade civil organizada, e os inclusos em algum grupo político ou movimento social, devemos apoiar e incorporar. Melhorar a qualidade dos serviços de táxi melhora, de alguma forma, nossa qualidade de vida também.  Mas, a principal bandeira dessa categoria não beneficiava a ela (e nem a nós). Eles pediam uma maior fiscalização e combate ao transporte alternativo ‘clandestino’.

Então, de onde eu tirei que isso não beneficia a eles (taxistas)?

Observe que essa luta, mesmo que não esteja em pauta atualmente, é uma luta da AETC-JP, órgão criado para beneficiar as empresas de ônibus. Os “clandestinos” têm preço de passagem diferenciada da praticada pelos taxistas, logo, não competem entre si. Este tipo de transporte é uma alternativa à fragilidade da oferta de ônibus. Ai sim, é onde há concorrência. Talvez minha visão esteja equivocada, mas os alternativos não vão buscar os clientes em shoppings, aeroportos, supermercados e nem, tão pouco, vão deixar em casa. Eles seguem a lógica do itinerário dos ônibus. Pegam passageiros nas paradas de ônibus. Têm passagem ao valor da passagem de ônibus. E isso os taxistas não levam em consideração.

Coincidentemente, os taxistas têm (ou tinham, na minha época) assento no conselho tarifário da cidade e sempre vota(ra)m a favor do aumento. Inconscientemente, ou não, votar a favor do aumento das passagens de ônibus não leva o cidadão a preferir o taxi, como eles podem argumentar. E mais inconscientemente ainda, acabar com o transporte clandestino não beneficia os taxistas, porque o cidadão que paga R$ 2,20 por uma passagem não terá condições de pegar um taxi ao retornar para casa no fim do expediente (ou ir ao trabalho no inicio).

E, finalizando, também coincidentemente, na manifestação de hoje, até onde minha visão alcançou, não se via um PM negociando (ou imprimindo força) a desobstrução do transito.

19 de jul. de 2013

Erro alimentar

Em que aspectos o Governo Federal de Lula e de Dilma errou? Pensar em culpar o governo pelo excesso de corrupção, pelo caos urbano gerado pela facilitação na aquisição de imóveis e veículos, e pela falta de água pelo suposto fracasso na transposição do Rio São Francisco no Nordeste esconde o problema mais elementar para o cotidiano de cada cidadão brasileiro: a falta de comida.

O grande erro do Governo do PT não foi, ainda, deixar de implantar o Marco Regulatório da Mídia, ou baixar a cabeça pras reformas políticas de que o Brasil tanto precisa. Nem tão pouco investir pesado em programas assistencialistas. Estes devem ser perseguidos sim, mas esquecer que "se o campo não planta, a cidade não janta" e, em detrimento disso, subsidiar o agronegócio e a agroexportação é o maior equivoco do governo formulado, em grande parte, pelo maior partido de massas do planeta. Reclamar do resto é reclamar (por enquanto) de barriga cheia.

“Pensamos em resolver o equilíbrio externo, exportar a qualquer custo para obter superávit na balança comercial e o menor déficit possível na balança corrente. E o resíduo das exportações fica com o mercado interno para resolver as questões de estabilidade. Essa equação está equivocada e precisa ser reformulada” Guilherme Delgado, em entrevista ao portal do MST:

http://www.mst.org.br/node/14937

15 de jun. de 2013

O que é SUPERESTRUTURA?

Imagine você, mais que bilionário. Acha pouco seus míseros 'zeros' se multiplicando ferozmente em dividendos das empresas que adquiriu do povo, sob forma de concessão pública (gratuita). Teme que esse mesmo povo um dia venha reclamar os seus pertences, mesmo que aparentemente gritem por alguns centavos. 

Você então se reúne com seus amigos juízes, promotores e governantes
, aos quais tão solidariamente dispensou alguns apoios logísticos. E, em troca da manutenção destes apoios, os convoca a manter tudo como manda sua consciência. Dos juízes e promotores, que se emitam mandados de prisão. Dos governantes, que se executem, através dos seus agentes públicos de repressão, fantasiados de seguranças do povo, as tais prisões.

Mas, falta algo! Você não prestou nenhum tipo de favor ao outro lado do povo. Então, você lembra que financia a mídia e exige o pronto adestramento desse outro povo. É um povo trabalhador, sofrido e que não tem tempo pra pensar. Então, que pense menos ainda. E ordena que lhe sejam dadas as garantias para isso: entretenimento do tipo bunda, seios, coxas, peitoral. Tudo jogado ao ventilador, para ventilar cada vez mais longe, com ajuda das TVs abertas e dos jornais de 25 centavos. Que as músicas incitem o raciocínio tardio, com composições melódicas que façam rebolar e letras que sejam facilmente assimiladas por pais, mães, filhos, filhinhos e animais domésticos. E que não se esqueçam de incutir no inconsciente desse povo que ser capitalista, andar de calças jeans e falar inglês vai fazer o ser humano viver melhor. Que tudo o que lembre os comunistas filhos da puta, que querem dividir toda a produção mundial (inclusive os seus dividendos) em quotas iguais entre todas as pessoas do planeta, seja taxado lixo. E que, por fim, incutido isso nas mentes, agora se incite o ódio entre os trabalhadores, sobretudo entre aqueles que são da paz e do amor e que odeiam tudo o que seja contra a ordem, e os que estão depredando os bens (públicos ou não).

Ainda assim você vai se deparar com uns merdas intelectuais, das universidades públicas, discentes e docentes que, vez por outra, conseguirão um espaço nas mentes alheias. Você vai se lembrar que tem o governo como aliado. Então, exige que se diminua a assistência aos estudantes e que se retalhe os professores insubordinados. Essa coisa de educação poderá fujir do controle e, obviamente será preciso cortar o mal pela raiz. Logo, você vislumbra a possibilidade de transformar os futuros cidadãos revoltosos em zumbis dos dias atuais. E Oferece entorpecentes a eles. De preferência os mais nocivos, de fácil aquisição, como o 'crack'. Não satisfeito, é claro, você deverá conversar com as filiais das TVs abertas. Planeje um tipo de programação que banalize a violência. Dessa forma, uma terceira parte do povo vai está dedicada a se gladiar entre si. Finalmente, tome como nota: o Estado e a imprensa têm que fingir que combatem esse mal. Entenda isso como uma jogada de 'marketing' - afinal, você deve continuar investindo no adestramento daquele outro povo.

Pronto. Agora você já tem uma ideia do que é SUPERESTRUTURA. Você só não faz ideia de que lado você está! Não é?

31 de mai. de 2013

Uma crítica às críticas - Botafogo-PB: Campeão paraibano de 2013

Hoje (ou ontem - passou-se da meia-noite e eu nem notei) o time da capital da Paraíba, Botafogo, conhecido como Belo (da maravilha do contorno), sagrou-se campeão estadual.

Em meio à tanta desorganização, ditadura da mulher no futebol (recebida via herança há 30 anos), um homem toma a frente de um time igualmente bagunçado e, repetindo a receita do bolo de anos atrás, consegue levantar não só o título de campeão, mas o de maior público do ano, graças a injeção de de ânimo na cabeça de milhares de torcedores.

Mesmo com o brilhante trabalho da equipe e da presença maciça dos torcedores em meio ao turbilhão de irresponsabilidades, arbitrariedades e malfeitorias em prol do nosso futebol, certamente, ainda assim, como o fez meu irmão Flávio Menezes (da parte dele não por mal), os torcedores do time campinense irão rechaçar (ou rebaixar) o feito com frases do tipo "só aparecem nessas horas", "só assim pra gente ver os botafoguenses" ou ainda "e o botafogo tem torcida? nem sabia!".

De fato, a torcida do Belo é incompreensível. Se o time vai bem, a torcida anda de bom humor. Se vai mal, sequer dá as caras. Mas essa ultima não foi o que se viu na decisão de 2013. Na segunda-feira (27), fomos ao estádio, vimos o time jogar ruim, perder lances importantes e, por fim, perder o jogo. Então, como de praxe deveríamos ter vaiado o time e enrolado nossas bandeiras e termos sumido! Mas, a torcida aplaudiu toda a equipe e, acreditando naquele momento ser irreversível aquela derrota, deu seu apoio a todos os que fizeram do campeonato paraibano de 2013 um dos melhores para se ser visto no Brasil. Contudo, não se sentindo rejeitado, o botinha foi lá e fez o que parecia impossível.

Enfim. O que mais impressiona em tudo quando se trata do futebol paraibano é o fato de que, para alguns (e para todos os campinenses e recifenses/PE) o fato de nós não darmos total enfase aos times locais, diga-se não os ter como time do coração, haja visto que damos preferencia a times do eixo Rio-São Paulo, isso nos é computado como uma negação às nossas raízes.

Talvez, no nosso caso aqui da capital e no caso de algumas regiões isoladas do nordeste brasileiro, não se tenha essa NECESSIDADE DE AUTOAFIRMAÇÃO e nem nada que se pareça com uma síndrome da baixa autoestima imprimida na auto-exaltação vista no cotidiano dos nossos irmãos tão próximos e tão distantes ao mesmo tempo.

Créditos: imagem retirada de http://gartic.uol.com.br/imgs/mural/as/asteerix/botafogo-pb.png

21 de mai. de 2013

A culpa é do comunismo

Em 1937, Getúlio Vargas planta na sociedade, sobretudo na classe média, o medo de uma suposta tomada do poder pelos comunistas. O Plano Cohen dá subsídio para que Vargas, pela 3ª vez derrube a Constituição Federal do Brasil e implante uma Ditadura Militar. É o início de um governo opressor, diferente do primeiro governo populista, que tanto cativou os brasileiros. Os partidos políticos perdem sua liberdade. O Congresso Nacional é fechado. É criado um Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) que tem a missão de mostrar para o povo quão bom é o Pai dos Pobres.

Em 1961, quando Janio Quadros renunciou ao cargo de Presidente da República, os ministros Militares tentaram impedir a posse de João Goulart (vice), devido a sua aproximação com os comunistas – isso era uma ameaça ao Brasil. Várias reformas foram colocadas em debate. Reformas estas (fiscal, agrária, da educação, urbana, eleitoral) que não agradavam os conservadores. Como resultado, o Congresso impediu suas aprovações. Tomados pelo medo do caos, já que o presidente vinha aprovando as reformas com o apoio dos setores organizados da sociedade, os militares caíram em campo e tentaram sensibilizar a população para o risco de se ter um governo comunista, como o que estava “pautado” por Jango. Veio a Revolução Redentora que derrubou o presidente em 1º de abril de 1964.

Atualmente...

Insatisfeitos com uma guinada de rumo da economia, onde a transferência de renda é notória. Em que cada vez mais brasileiros entram para o mercado de trabalho e saem da linha de pobreza. Onde se conquistam mais e mais direitos, como na primeira parte do governo populista de Vargas, ou nas intenções governistas de João Goulart. Quando os acessos aos equipamentos e serviços públicos que até então eram de exclusividade das elites nacionais passam agora, mesmo que através de cotas, aos setores menos favorecidos da sociedade. Porque será que agora a impressão que se tem é que estas elites tentam, também da mesma forma que os militares de outrora, ligar a imagem do governo ao comunismo (como se isso fosse ruim para a sociedade) e se baseiam no fantasma da “ditadura do proletariado” para impor o ódio entre as classes mais necessitadas e os governistas?

Falta ainda à população perder o medo do comunismo/socialismo, conhecê-lo, e clamar por ele. Daí, quem sabe, o ódio não vire amor?

7 de mai. de 2013

Primeira lamentação de 2013

Foi-se o tempo em que eu tinha inspiração para criar textos, por menor que fossem, para meu blog. A ultima postagem consta do dia 23 de outubro de 2012, ainda sob o calor das eleições.
Mas, o que me falta? Ou melhor, o que me tira a inspiração para escrever?
Em um primeiro momento, me vejo com fome de leitura. E leio. Leio tanto que às vezes durmo entre uma pagina e outra, daí me perco, e não retomo o gosto pela mesma leitura. E o que isso tem a ver? Leio, me informo, procuro outras fontes, crio meu ponto de vista e, por fim, escrevo. Então, se leio e logo escrevo, porque não o faço?
Na real, talvez aqueles que dispensaram um tempinho da sua navegação pela net lendo o Cidadão Silva já tenham percebido que gosto muito de falar sobre política. E que tomo partido por alguns projetos ao ponto que tento descascar outros. Mas até isso, ultimamente, me tem deixado ‘fastioso’. Sem querer, relendo meus textos tão solitários de comentários neste blog, me dei conta de que estava partindo pra uma vertente da qual tanto questiono: o deleite sobre agenda eleitoral (e não política) que tanto as emissoras de FM insistem em praticar em seus radiojornalismos.
Mas talvez calar, pra mim, sirva de consolo, diante da inércia de um governo cujo qual eu, mesmo que de forma tímida, tenha ajudado a construir.

P.S. Inércia, pra mim, não está em não ter inaugurado terceira faixa de avenidas, praças próximo à shoppings centers e nem terminais de integração.