29 de out. de 2011

CPMF? A quem NÃO interessa?

Essa semana, durante a diplomação do senador Cássio Cunha Lima, ouvi da boca deste, e em canal aberto de televisão, que no senado, o ex-governador da Paraíba iria combater a Contribuição Provisória sobre a Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira – CPMF. Mas, porque as emissoras de TV e muitos políticos de prestígio e, principalmente de oposição ao governo federal, e até alguns aliados, são contra o tal imposto?

Vejamos! Quando você coloca combustível no seu carro, ou compra uma roupa, um calçado, um imóvel, sobre todas essas operações incidirá alguma cobrança. Se você é empresário, micro ou mega, também contribui de alguma forma para os cofres públicos. Contudo, tendo você perfazendo um salário mínimo ou recebendo como um juiz de direito, de repente, algo em torno de 28 mil reais, comprando algo, como dito antes, seja gasolina pro carro, ou o tênis pra ir trabalhar, a taxa será a mesma. Para entender melhor veja um exemplo, com percentuais fictícios:
Você compra um tênis de marca por R$ 245,00. Na Paraíba, o ICMS, que é o imposto pago por circulação de mercadorias e prestação de serviços, é de 17%. Recorrendo à calculadora do “Windows" e aplicando uma regrinha de três básica, verifica-se que o valor pago como contribuição para o Estado é de R$ 35,60. Esse valor pago a mais não varia de acordo com o seu salário, receba você R$ 600,00 ou R$ 28.000,00. Nesse caso, obviamente, a contribuição fica muito mais pesada para quem recebe menos, porque 35 reais se reflete em um percentual maior para quem recebe um salário mínimo do que para quem recebe 51 vezes mais.
No caso do CPMF, a contribuição é feita de acordo com o valor da transação. Se você movimenta no banco, o seu salário, que estou estipulando como sendo mil reais, por exemplo, e tomando como base que o imposto fosse de 1% (claro que não chegaria a tanto, mas pra facilitar os cálculos fiquemos com um por cento), você contribuiria com R$ 10,00 para o fundo de saúde. Porém, se seu salário é de 30 mil reais, e você fosse movimetá-lo todo de uma só vez, pagaria agora R$ 300,00. Agora, imagine os magnatas, os políticos, banqueiros ou quaisquer outros cidadãos que movimentam milhões por dia!
Se você conseguiu acompanhar o raciocínio, agora pode perceber porque tanto a mídia (que tem como detentoras umas nove famílias que lucram bilhões por ano) como os nossos representantes políticos insistem tanto em barrar a CPMF. E é justamente a mídia que manipula nossas vontades, deturpa informações e nos faz também sermos contra o imposto do cheque.
Pensem nisso! Ah! E comente aqui este texto!
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