17 de out. de 2010

Drogas

O fato de não se saber se uma pessoa que usou uma substância psicoativa uma vez por curiosidade será um dependente desta substancia no futuro é de veras preocupante.

Por curiosidade, na empolgação da balada, no pedido de amigos, geralmente não nos damos conta do perigo que corremos. Não que um usuário seja uma pessoa que mereça todo despreso, até por que, como foi dito no
texto de Liliane Castelões, a dependência química é doença, mas vamos ao fato, para explicar o que está por trás das drogas:

Além do fato de um usuário estar bancando o tráfico, as disputas por espaços e pontos de venda que levam a morte (uma verdadeira guerra), o dependente químico também está sujeito a entrar no confronto.

Primeiro vem a experimentação. "Nossa, se liga aê mano, vou impressionar aquela mina...", algumas drogas podem levar a dependência já no primeiro uso (é o caso do crack - droga derivada da cocaína que surgiu de uma jogada de marketing para se reaproveitar os 'restos' desta droga, pasta não refinada, adicionando-se bicarbonato de sódio e água, barateando sua produção e assim sendo de fácil comercialização, sobretudo nas comunidades e bairros pobres). Uma vez verificando a necessidade do uso frequente, o agora drogado tende a disponibilizar de todos os seus recursos para a compra do produto.

Daí vale empenhar todo o salário, na falta dele, bens duráveis e não-duráveis da família são roubados. Começam os conflitos com a família. Uma verdadeira bola de neve, por que, pra escapar das brigas em casa, o dependente tende a passar mais tempo fora dela e por sua vez, consumir mais drogas.

De repente, os familiares descobrem o "maconheiro" que têm em casa. Para uns, é o fim, para outros, quando há alguém com uma certa informação sobre o caso, vem o aconselhamento. Mas, a vontade de consumir é cada vez mais irresistível.

Quando não há mais o que levar da própria casa, o emprego também já se foi, nas mãos dos traficantes, o dependente é obrigado a roubar para manter-se vivo. Afinal, quem é que gosta de vender e não receber? E ai? Qual a saída? Ah, os amigos. Os atuais não, os de antigamente, aqueles que você deixou de falar por causa das drogas. Empréstimos para visitar tias doentes no interior, para pagar a conta de água que está atrasada, entre outras mentiras.

"Ufa! dessa passei!". Opa, será? Lá vem mais consumo e mais dívida. A alternativa agora é partir pro assalto. - Não que eu queira te matar, mas eu preciso do teu dinheiro, vai passa. O que? Não tem dinheiro? Passa o tênis, vai. O relógio, o celular. Passa, passa tudo, anda. - Quando dá sorte, tudo vai bem, o assaltado está aterrorizado, aos prantos, se sentindo humilhado. Coitado, trabalhou tanto pra ter aquele aparelho de celular e agora não o tem mais. Mais pra você foi uma conquista e tanto, vai trocá-lo por duas pedras ou por 10 bagulhos. Pelo menos o cara tá vivo, né? Ele teve sorte!

Quem não terá sorte por tanto tempo é você. De repente a polícia te prende. E a família? Desespero. Que mãe sonha um futuro desses pra um filho? E pra ela? Ter que passar por revistas nos dias de visita. "Abre as pernas, anda. Aqui mãe de bandido num tem vez não, vai". Mais você ainda deixou dívidas. Agora, o alvo é a sua família. Seus irmãos não dormem mais a noite com medo da casa ser invadida. Dentro do ônibus? Nossa, que tormento. Qualquer um pode ser o cara que quer acertar contas.

Tudo bem, vou parar por aqui. Até eu já estou ficando agoniado com tanta situação incomoda. Mais isto é a realidade. Sem contar com o que você já deve ter passado. Ver um dentento é uma coisa. Saber o que se passa nos presídios superlotados não é a mesma coisa de viver em um, de ser um detento. A vida que já não tinha mais sentido, agora então...

Para aqueles que ainda não foram tirar a dúvida de que vai ser ou não dependente fica apenas o apelo (já que conselho não se ouve): Caia fora! Seja qual for a situação. Caia fora.

Para os que descobriram, infelizmente, que são dependentes e hoje são usuários compulsivos: Procure um centro de tratamento ou de recuperação de dependentes químicos.

Na Paraíba são vários, pelo menos três são bastante conhecidos: Fazenda do Sol (ver matéria) e Fazenda Esperança, mantidos pela Igreja Católica e Centro de Recuperação Homens com Cristo, de um grupo evangélico. Procure ajuda de pastores e padres nas igrejas, eles saberão para onde te encaminhar.

Geralmente o tratamento é longo e caro, mas há sempre alternativas. Nunca desista. O Governo do Estado, através do CAPS-AD (Centro de atenção psicossocial - álcool e drogas), mantém um programa de tratamento e, se necessário, internamento num espaço criado dentro do Hospital Juliano Moreira. A prefeitura de João Pessoa também encaminha para tratamento na Fundação Cidade Viva. Em resumo, pode-se dizer que são disponibilizadas 20 vagas para internamento nesses dois ambientes, contudo, o acompanhamento médico pode ser feito nos CAPS indepentemente de o usuário estar internado ou não. Veja os links abaixo e saiba como utilizar os serviços.

O que está em jogo é muito mais do que apenas a sua necessidade de usar drogas. É a vida de seus familiares, de dezenas de pessoas que não têm nada a ver com a sua vida particular. Pense nisso e seja feliz!

Da Secretaria de Saúde doEstado:
http://www.wscom.com.br/noticia/paraiba/SES+INAUGURA+SERVICO+PARA+DEPENDENTES-91115

Da Secretaria de Saúde de João Pessoa:
http://www.onorte.com.br/noticia/128928.html

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