13 de out. de 2010

CIRCULAR 1500 e as eleições na Paraíba

Essa semana fui até um shopping de Manaíra (como se ninguém soubesse de qual shopping estou falando – mas a imprensa se utiliza desse artifício, também o farei) e, ainda na parada de ônibus, um pouco “estressado”, comecei minha viagem. Não a viagem até o dito shopping. Minha viagem sobre as eleições. E fiz comparações:

O motorista do ônibus, já um senhor, não sei, por volta dos 45, talvez, parou um pouco distante da parada. Parou distante e depois ultrapassou outros três ônibus que estavam na sua frente e, por pouco, não queimou a parada. Diminuiu a velocidade ao perceber que várias pessoas, inclusive eu, gritavam desesperados na eminência de perdê-lo, depois de esperar “séculos”.

Subi, irritado, e falei em alto volume, na direção do motorista, alertando-o (obviamente devo ter sido grosseiro com ele) para tomar cuidado em não queimar paradas, principalmente naquele horário, quando as pessoas estão saindo do trabalho, famintos, cansados e loucos para chegar no seu destino final. Ele retrucou, me chamou de “alma-sebosa”, no que lhe respondi que também haviam “almas-sebosas” na condução de veículos de transporte público.

Mas, o que tem isso a ver com eleições? O fato é que o senhor condutor certamente tinha uma meta a cumprir. Precisava chegar logo, em tempo pré-determinado, ao ponto-final, para concluir mais uma corrida. Para chegar ao fim, ele se utilizou da pressa, do artifício de parar fora da parada dos ônibus e, em alguns momentos, queimar paradas, e assim ir ganhando tempo. Ele não estava correto, se levarmos em consideração que a finalidade do transporte público é transportar pessoas, não importando o tempo que isso leve, e se utilizando das faixas à estes veículos destinadas, além de atender prontamente a todos que dele necessitem.

Nessa eleição nos deparamos com uma situação parecida. Parecida no sentido de que, para chegar a um fim, os meios foram atropelados. Não importa o que se faz, a partir de agora, para se ganhar uma eleição. Primeiro, é preciso ganhar! Essa frase pode ser vista e ouvida no youtube.

Se o condutor atrapalhou o transito, deixou algum passageiro para trás ou deu as famosas arrancadas bruscas que podem ter contribuído com o aumento de dores musculares de algum cidadão que por ventura estive, por exemplo, neste ônibus, notadamente ele trabalhou no sentido de causar mal-estar a alguém. Nessas eleições, o que se fez também causou um mal-estar a dezenas de milhares de pessoas.

Como no ônibus, chegar mais rápido ao ponto final, ilusoriamente, fez bem a quem já estava dentro dele, nessa eleição, também, ilusoriamente, ganhar vai fazer bem a quem está do lado de quem desviou os caminhos para ser eleito.

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