Estava saindo de minha casa para ir ao Caixa Econômica do antigo CEFET, em Jaguaribe, e uma dúvida me seguia: devo ir direto, num ônibus circular ou vou até o terminal de integração e pego o 003 – Jaguaribe?
Como sempre, fiz uma pequena reflexão antes de tomar a decisão. De certo não tinha muito tempo, mas, consegui lembrar de uma tal reunião, em 2005, quando ainda era presidente do Grêmio do CEFET, hoje denominado IFPB. Essa reunião aconteceu na STTrans, há anos solicitada para discutir melhorias na linha que cobre a região do centro de ensino Federal e uma possível intervenção junto à AETC-JP para a criação de um posto de venda de bilhetes (vales e tickets) dentro do prédio da escola. Estavam presentes uma diretora da escola, o presidente do DCEFET da época, o superintendente, Deusdete Queiroga, e eu.
Na ocasião, indaguei sobre a diferença de tratamento da empresa MARCOS DA SILVA em relação à disposição de ônibus novos e em grande quantidade para o Cabo Branco, bairro nobre da orla da Capital, e a escassez de veículos em Jaguaribe, bairro antigo, grande, e não da alta classe, no máximo “médio-à-baixo”, e ainda recheado de pessoas idosas (não pagam passagem) e estudantes (pagam meia-passagem). Para completar a pergunta, relatamos que os quatro ônibus que circulavam por lá mais pareciam latas de lixo, empestadas de baratas e quebrando a cada viagem. Na verdade havia apenas dois ônibus e meio, por que dos quatro um não rodava mais e outro era o que quebrava várias vezes. Como resposta, ouvimos que a linha que cobre o bairro nobre é grande e necessita de ônibus novos e em grande quantidade para que, numa possível falha de algum desses veículos, a reposição seja feita em tempo hábil de forma a não prejudicar os passageiros. Quanto à idade dos ônibus da linha 003 o Superintendente informou que a STTtrans trabalhava com uma política de substituição dos carros de todas as empresas e que em alguns anos toda a frota da cidade teria idade média de 3,5 anos, incluindo Jaguaribe.
Após o raciocínio decidi que pegaria o 003 e fui até o terminal de integração. Não estava atrasado, mas queria chegar cedo à Caixa. Assim que desci de um ônibus, o Jaguaribe apareceu. Pura sorte ou o problema de Jaguaribe havia sido resolvido?
Entrei no ônibus, nada confortável, antigo, ano 2000 (dez anos), ainda sujo, cheio de inseto e, ao entrar numa avenida, já próximo ao Centro Administrativo do Estado, adivinhem! Quebrou! Mais um tempo esperando a tal reposição, já que pela lógica apresentada pelo Superintendente a linha é pequena e não deve demorar muito..., 10 minutos depois e lá vem! Outro antigão, mais velho que o que quebrou. Entrei, já estava cheio, não havia mais onde sentar e, o que aconteceu mais adiante? Enhim? Não sabe? Ele não quebrou e eu finalmente cheguei ao meu destino.
Agora, só mais uma coisa que ficou na minha mente até hoje! Se a linha 507 - Cabo Branco é grande e necessita de ônibus novos e em grande quantidade, por que a linha 520 - Altiplano, que é maior, também da mesma empresa, é tão velho e tão raro de se ver quanto um cometa? Alias, 003 e 520 podiam ser chamadas de Halley.
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PB Agora, 04 de fevereiro de 2010