23 de mar. de 2010

Os donos do meio (republicação)

Não é de hoje que tentam me fazer acreditar que os mediadores, ou espectadores da mídia de massa e de grande impacto, como a televisiva, tem, por assim dizer, um certo poder no direcionamento do conteúdo dos programas veiculados nesses meios.

Talvez, minha leitura esteja completamente equivocada ao achar que, definitivamente, a mídia burguesa, sempre aliada a grupos políticos e a interesses particulares, possa se submeter aos interesses de a quem estes se destinam. Talvez, haja uma particularidade no nosso país e este atrelamento aos “caciques” do Brasil faça da televisão brasileira única, onde, como há muito se tem notícia, a alienação se dê de forma diferenciada, enaltecendo celebridades em troca de manutenção de concessões.

Aqui, o grande capital tem, e sempre terá, grande poder sobre a programação das TV’s, mas, ninguém pode negar, e isso é o que se dá de pior, que os coronéis ainda mandam, e desmandam, no conteúdo do maior formador de opinião: a televisão.

Então, como entender que os costumes regionais, os trabalhos independentes, a cultura local podem dar um sentido na formulação do que vai ao ar no Brasil? De certo a TV pode e faz uso da cultura popular, dando um enfoque bem ao seu estilo próprio, desconfigurando até certo ponto o tradicional, impondo um afastamento do real original para uma adaptação às necessidades de venda do mercado, mas morre por ai.


Os grandes programas formadores de opinião, como os telejornais, estarão sempre tentando moldar o imaginário das grandes massas. E se uma notícia vinculada num desses jornais, que por alguma eventualidade serve aos interesses políticos de um determinado grupo, não vingar, usa-se, exaustivamente, o recurso da repetição para transformar aquela verdade de uns em verdade de todos, como se tem visto, particularmente, de meados de 2005 até os dias de hoje.

Os costumes também são alvos dessa tentativa de modelagem. Um programa, como o Malhação, da TV Globo, por exemplo, ataca o comportamento dos jovens e dita o modo de ser de adolescentes e crianças e é justamente a partir dessa modelagem de costumes e comportamentos que vem a minha crítica aos que dizem que os mediadores influenciam diretamente nos meios. Como pode haver essa influência, se ela já aparece da forma como os meios impuseram, haveria ai, no máximo, uma troca de favores. E o beneficiado não é quem parece ser.

16 de mar. de 2010

NOVELA ou Déjà vu?

Entrei num curso de comunicação meio perdido, confesso. Vieram dezenas de disciplinas, na maioria das vezes, teóricas, e eu, cada vez mais perdido.


Como sempre gostei de escrever, certo semestre tive que matricular em Roteiro I, e, a partir daí, tomei gosto pelo curso. desde então, não paro de escrever, de idealizar dramas, documentários. Minha paixão é o docu-drama, que se constitui numa mescla dos dois gêneros citados.


Agora, o que isso tem a ver com o que eu quero falar nesse post? NOVELAS.


Toda novela, também conhecida como drama, dramaturgia, ou telenovela (por aparecer nas telinhas) tem o mesmo esqueleto de um documentário ou de um filme de longa ou de curta metragem. Em síntese, ela é seguida ou orientada por um ROTEIRO.


Vá lá que nenhum filme meu ainda é conhecido, mas, de tanto escrever, acredito ter discernimento o suficiente para fazer uma análise aprofundada, se é que isso é possível.


Então, sendo mais direto, vocês já observaram a qualidade das novelas? São ótimas, não é? Mas, quanto ao conteúdo?


Nesses dias me peguei pensando em como o conteúdo das telenovelas estão tão parecidos uns com os outros. Na verdade, o que diferencia mesmo são os nomes das personagens, alguns atores e, de vez em quando, o cenário, ou a cidade cenográfica, como costumam chamar os sets de gravação. O enredo é praticamente o mesmo.


Talvez os telespectadores (palavra difícil de se pronunciar) não tenha se dado conta do casal apaixonado que, sem mais nem pra quê, descobrem que são irmãos. Já viu alguma explosão? Algum personagem que desaparece e é dado como morto? Sem contar que toda a trama é feita em cima de um mocinho ou uma mocinha, pobre, apaixonada pelo sexo oposto, rico. Daí, para conflitar, vem uma terceira pessoa que fará de tudo para que os dois não fiquem juntos, ou por ganância, ou por questões familiares, e o casal apaixonado (mais um) se desfaz.


Vocês também não devem ter notado a presença dos estereotipados homossexuais e nordestinos (paraíbas), do falso exame de gravidez, dos vilãos que aprontam em toda a estória e são presos no aeroporto, da mala de dinheiro, do esoterismo ou poderes paranormais, do rico que se passa por pobre, e de tantos outros pontos que se repetem sucessivamente, seja nas chamadas “novelas das seis”, na “das sete”, ou na “das oito”.


Comecei a rabiscar alguns desses ingredientes necessários à cada peça dramatúrgica dessas e, quando achava que já tinha finalizado o repertório, me deparo com uma cena de acidente automobilístico. Todos preocupados em achar o corpo da tal vitima fatal, ai ela aparece, em algum lugar distante de tudo, sem memória.


Talvez o título do gênero NOVELA devesse ser alterado, pelo menos momentaneamente, para Déjà vu.

11 de mar. de 2010

Promotor galã volta as telinhas brasileiras

O Promotor de justiça José Carlos Blat volta às telinhas brasileiras, porém, como em toda novela nacional, sem nenhum enredo novo, apenas o mesmo discurso de sempre: Denúncias de desvio de dinheiro para campanha eleitoral do PT.

O boa pinta já foi acusado de ser pau-mandado do PSDB, foi afastado do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo, processou a VEJA por calunia por causa de uma matéria intitulada "Intocável sob suspeita" e hoje é fonte fidedigna da revista e da Rede Globo.

Talvez, alguns de meus amigos venham a dizer que, escrevendo isto, só estou fazendo defesa de Governo "A" ou "B", mas, certamente eu responderia com uma pergunta: Porque diabos o tal promotor, que tem consigo a certeza (e provas?) de irregularidades com a BANCOOP e que esta estaria servindo um suposto "Caixa 2" do Partido dos Trabalhadores, desviando cerca de R$ 100 milhões para as candidaturas de Lula, só apresentará denúncia daqui a três meses? Será que é por que fica mais próximo das eleições?

Fiquemos atento ao que diz a VEJA e ao que mostra a GLOBO. Não é de hoje que essa novela reprisa.

9 de mar. de 2010

Zona Azul

As vezes me vejo impressionado com a forma como o Legislativo atua para abonar as falhas do executivo em certos casos.

Hoje mesmo, por exemplo, houve uma sessão onde a vereadora Eliza Virgínia, do PPS, propunha uma discussão em torno da criação de uma lei que normatizasse uma prática (ilegal), costumeira, segundo ela, nas vagas da conhecida Zona Azul, na cidade.

Para justificar a necessidade do seu PL, a vereadora citou casos em que motoristas deixaram pagos dois bilhetes azuis, para os casos em que tivessem que exceder as duas horas a que um único bilhete lhe dava direito.

Como contra-ponto, os vereadores Tavinho Santos, PTB, e Sandra Marrocos, PSB, falaram do motivo pelo qual a Zona Azul foi instituída em João Pessoa: a rotatividade das vagas públicas e, com isso, a democratização dessas vagas que antes eram “privatizadas” por lojistas e comerciantes em geral. Para os dois vereadores, uma lei que permita que um usuário pague pelo tempo que lhe convier, derruba o sentido de ser da Zona Azul pessoense.


Rebatendo essas falas, a vereadora Eliza voltou a argumentar em favor da normatização dessa prática, apresentando provas de que ela já existe, que já se transformou em costume e que não é praticamente inviável, para a Superintendência de Transporte e Transito (STTrans) de João Pessoa, a fiscalização de cada um dos veículos estacionados na área de cobertura da Zona Azul.

Zona Azul

Foi criado em 1997 para garantir a rotatividade nas vagas do centro da capital paraibana, uma vez que estas vagas estavam sendo “privatizadas” pelos comerciantes, que colocavam correntes e todo tipo de equipamentos para garantir essas vagas aos seus clientes e/ou funcionários. Além disso, os espaços onde ainda era possível estacionar, geralmente eram ocupados por veículos que, na maioria das vezes, passavam o dia inteiro parados, impedindo que outros carros pudessem usá-los.

Os usuários dessa área reservada podem utilizar gratuitamente, a vaga, por dez minutos, desde que acionem o pisca-alerta. Após este tempo, um funcionário da empresa que administra a Zona Azul troca o bilhete para o normal, que passa a valer por até duas horas e custa R$ 1,30. Passada essas duas horas, os fiscais da Zona Azul devem acionar a STTrans-JP que, por sua vez, deve multar o veículo, como forma de garantir que o prazo seja cumprido.

O fato

O tal costume do qual a vereadora do PPS fala, para justificar as mudanças no período de permanência, devem, ou pelo menos deveriam, ser fiscalizada pela STTrans, órgão ligado ao Poder Executivo municipal.

Como essa fiscalização é insuficiente (ou inexistente), vários motoristas passaram a adquirir dois bilhetes, ou voltar para pagar as próximas duas horas de estacionamento.

Dessa forma, três discussões deveriam tomar corpo em torno da proposta de criação dessa lei: a primeira é cobrar da administradora da Zona Azul que faça prevalecer a rotatividade, coibindo a vendam dois bilhetes por único automóvel e orientando seus funcionários que eles mesmos fiscalizem os tempos de permanência de cada veículo, já que ele (o funcionário) tem uma área delimitada de atuação; como alternativa, a discussão pode ser feita em torno de uma lei, e pode até ser a mesma proposta por Eliza Virgínia, para que se construa uma outra indicação para a forma de aplicação desse período de permanência, para que não se volte a privatizar as vagas de Zona Azul; e, por fim, se faz necessário verificar se a função do Executivo de fiscalizar a aplicação das determinações para essa área de estacionamento coletivo e rotativo, está sendo exercida.

No mais, vale lembrar que, em se tratando de Zona Azul, não seria recomendado utilizar os termos “democrático” e “espaço público”, uma vez que nem todos têm acesso ao estacionamento (não democrático) e os que conseguem sua vaga, pagam por ela (espaço privado), além do fato de, é claro, ela ser controlada por uma empresa (privada).

2 de mar. de 2010

Promessa devida

Havia prometido, quando da alteração do nome desse blog de CinemaTVR para Cidadão Silva, que iria priorizar os textos curtos, uma vez que sei que dificilmente se lê aqueles mais longos. Eu sou um dos “dito cujos”.

Mas, é que passei tanto tempo sem postar com certa freqüência que o dedo coçou, bateu inspiração, ai eu sai escrevendo, escrevendo. Sem contar que os temas abordados também dão muito pano pra manga, ai já viu.


Pois bem. Não posso prometer que vou cumprir minha promessa, mas ficarei mais alerta aos textos com mais de quinze parágrafos. Ops!! Disse quinze? Brincadeira.

Então, vamos lá, mãos à obra que tem muita coisa para se comentar, inclusive os meus textos. Noto que muitos acessos são realizados por dia, em média cem, mas poucos são os comentários. Vai lá. Deixa pelo menos um “ficou massa!”, ou um “não gostei disso!”. É bom, alimenta o ego e eu fico sabendo quem passou por aqui!!! :D

Além disso, dá uma olhada aqui, do lado direito, tem um mural pra você deixar o seu recado, tem mais textos, artigos inteiros, e vários filmes indicados por mim e por outras pessoas.

No mais, é só isso.

Até a próxima postagem e, não esqueçam, COMENTEM!