24 de jan. de 2010

Despejo

Acabo de chegar de mais um show que a prefeitura da capital organiza, num festival chamado de Estação Nordeste. Desta vez tive a oportunidade de ver Beto Brito e uma festa muito empolgante dirigido por Daniela Mercury. Mas apesar da energia positiva, das palavras muito bem colocadas tanto pelo paraibano Beto Brito como pela bahiana Daniela, o que chamou a atenção foi a cara de aflição dos vendedores ambulantes, que procuravam clientes ao tempo em que se escondiam dos funcionários publicos municipais que receberam a determinação de varrer todo e qualquer trabalhador do meio do povo.

Até pouco tempo, de fato, me sentia incomodado com tantos carrinhos de cerveja andando de lá para cá, dividindo espaço com as outras pessoas que procuravam se divertir.

O fato é que, delimitando um pequeno espaço, fora da multidão, para os vendedores, tanto a própria multidão, quanto os ambulantes ficam bastante projudicados. Um por nao ter opção de adquirir suas bebidas no espaço onde estão e o outro por ter que dividir os poucos compradores que se aventuram em sair dos seus lugares com dezenas de outros concorrentes.

De quem veio essa determinação? Será que os ambulantes e nós consumidores fomos consultados a respeito?

Enquanto isso, ficamos a revelia de mandos e desmandos dos que acham que podem tudo, inclusive trair a confiança de uma multidão!

10 de jan. de 2010

O Carnaval está chegando

Mal o meu aniversário passou, já tivemos natal e réveillon. Lembro com se tivesse sido ontem, 8 de dezembro e eu numa mesa de cirurgia. As coisas andam muito depressa, ultimamente. Talvez Boff tivesse razão: a ressonância de Shumman está deixando tudo de cabeça pra baixo e, quando pensamos que ainda estamos de pernas pro ar, já estamos no nosso estado normal e nem percebemos.

Mas, assim como há quem diga que Leonardo Boff blasfemou contra a física, também há quem diga que não, mas esse não é o meu foco para este texto. Aliás, nem foco eu tenho. Comecei pensando em escrever sobre o carnaval e agora já me perdi. Bem! Me achei.
O carnaval.

Como dizia, tudo está passando muito rápido. Tão rápido que nem consigo atualizar este blog como pretendia, semanalmente.

Bem, mas, o carnaval. Falta exatamente um mês, a contar de hoje, para que comemoremos a festa da carne. E opções não faltam. Carnaval em Salvador (me deu uma dor de cabeça...), na outra Baía, a da Traição, em Jacumã, para os que moram na Paraíba. Soube, nos meus últimos serviços lá pelo sertão, que Cajazeiras também tem um ótimo carnaval, Olinda, aqui bem próximo, em Pernambuco, do outro lado, em Caicó, e assim vai.

Bem, agora o que me levou a falar do carnaval se esta data eu detesto? Talvez, a vontade de desabafar, afinal, além das festas de rua, o que me resta? Retiro? Perdoe-me, Senhor, mas eu dispenso.

Mas, digo, sou privilegiado, moro em uma cidade que não tem carnaval, graças a Deus! Por outro lado temos pré-carnaval, que começa uma semana antes, culminando exatamente com a “quarta-feira de fogo”.

Digo que não gosto de carnaval, mas me refiro a este dos últimos anos, com toda aquela agitação, o povo bebendo, melando de farinha quem não está no clima, escondidos em suas mascaras (fala Boris) e se aproveitando da boa vontade dos outros, alguns atos impensados que levam a brigas, uso excessivo de substancias químicas que não prejudicam a quem consome, mas, aos outros, enfim. Se o carnaval ainda fosse aquele dos blocos de amigos, das “ala-ursas” que, no meu tempo eram chamados simplesmente de “urso”, eu até seria fã, mas não dá pra competir com a industria cultural!

O pré-carnaval de João Pessoa é agradável. Apesar da agitação, ainda tem uma característica bem rústica. As virgens de Tambaú, os Cafuçus, juntamente com as Muriçocas do Miramar são os mais populares, mas o encontro dos blocos no centro histórico, o Boi do Bessa e todos os quase 50 blocos espalhados pela cidade, por toda a cidade, democraticamente, me fizeram preferir trocar o principal pelo pré.

Pena que Shumman mais uma vez vai interferir e fazer essa semana passar rápido, culminando com a semana do carnaval de fato, mas, ela também passará! Graças!

2 de jan. de 2010

ISSO é uma vergonha


"...que merda... dois lixeiros desejando felicidades... do alto de suas vassouras... dois lixeiros... o mais baixo da escala de trabalho..."

Essa frase foi pronunciada ao vivo, pelo mais respeitado apresentador de telejornal do Brasil. Está no youtube desde ontem.

Imaginem, o senhor Boris Casoy, aquele do chavão "Isso é uma vergonha", o que diria de si mesmo se ele ouvisse o que fala antes de proferir seus arrogantes comentários?

Como homem sensato e íntegro que é, Boris foi ao ar no primeiro dia de 2010 fazer a sua boa ação: pedir desculpas, reconhecendo que sua frase foi, como ele disse, infeliz.

Agora, assim como ele reconhece que a frase foi mal colocada, eu reconheço que não é pedindo desculpas que o que ele realmente pensa sobre a profissão de Gari vai mudar! Ou vai? Os garis devem ter orgulho da profissão que têm, são mal pagos, têm como lema trabalhar para corrigir o que homens sensatos como esse apresentador da Band TV desconserta, como jogar lixo nas ruas das cidades. Mas eles, os garis, não se escondem atrás de máscaras de bons moços. Eles são o que são.

Graças ao aparato de tecnologia de ponta e a boa vontade humana, essa e outras máscaras, dia após dia vêm caindo.

Você pode ver mais sobre o assunto em:
Clickpb - Vaza no Youtube vídeo com Boris Casoy zombando de garis